"Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas, continuarei a escrever"

Clarice Lispector

domingo, 3 de abril de 2011

Alone again

A vida colocou vários obstáculos no meu caminho e por muitas vezes achei que não conseguiria superá-los. Em momentos muito difíceis sempre me isolei e tentei melhorar sozinha. Sofria calada, quando não tinha ninguém por perto e se me perguntassem o que tava acontecendo eu apenas dizia que não era nada. Chorava nos cantos e tentava me levantar aos poucos. Criei muitas cicatrizes até aqui, muitas dores estão guardadas no meu peito para que não sejam vividas, mas com certeza nunca serão esquecidas. Evolui, cresci e aprendi. Criei sistemas de proteção inconscientes, criei barreiras e regras que, para mim, impediriam de qualquer coisa ruim acontecer novamente. Mas não passou de ilusão porque não existe nada que possa impedir um momento ruim de vir de novo. Mais uma decepção, uma perda, uma queda. A única coisa efetiva que esse sistema fez foi me isolar das pessoas, impedir que novas e desconhecidas pessoas se aproximassem de mim porque no fundo eu estava morrendo de medo de sofrer de novo. E até mesmo as antigas, aquelas que eu já sabia como eram, eu também tinha medo. Vivia na defensiva, com uma máscara para fingir que estava tudo ótimo para todo mundo, mesmo sabendo que no fundo não tava nada bem. Até eu realmente perder meu chão, meu apoio em todas as horas. Me senti como se estivesse carregando o mundo nas costas, porque todo o peso dos problemas e crises caiu sobre mim. E foi quando percebi que as pessoas são essencias na sua vida, pois não se vai a lugar algum sem amigos. E claro, em algum momento elas vão te magoar, mas nada na vida tem só o lado bom. Porque não dá pra ser feliz sem amor, não existe felicidade individual ou sozinha. Barreiras só existem para excluir alguma parte e não é nada bom se excluir do mundo. Solidão é a pior opção para o medo.